quarta-feira, 4 de junho de 2025

SONETO CRIANÇA


Nascemos, puros, riso sem medida,
Na infância, o mundo é festa e travessura;
Quebramos regras, vidro, e a vida
Nos cobre de perdão e de ternura.

Mas cresce o corpo, e a alma, ressentida,
Perde o direito à leve formosura;
Chorar, correr, sorrir, buscar a lida—
Já não se aceita a antiga candura.

E então, calados, guardamos segredo:
No peito, um canto oculto e verdadeiro,
Refúgio onde a infância faz seu ninho.

Para viver, é preciso este enredo:
Ser adulto, mas ter sempre por inteiro
Um pouco de criança no caminho.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom. Parabéns

Anônimo disse...

Excelente Obra! Continue!

Anônimo disse...

Muito bonito e verdadeiro! Parabéns.