Nascemos, puros, riso sem medida,
Na infância, o mundo é festa e travessura;
Quebramos regras, vidro, e a vida
Nos cobre de perdão e de ternura.
Mas cresce o corpo, e a alma, ressentida,
Perde o direito à leve formosura;
Chorar, correr, sorrir, buscar a lida—
Já não se aceita a antiga candura.
E então, calados, guardamos segredo:
No peito, um canto oculto e verdadeiro,
Refúgio onde a infância faz seu ninho.
Para viver, é preciso este enredo:
Ser adulto, mas ter sempre por inteiro
Um pouco de criança no caminho.
3 comentários:
Muito bom. Parabéns
Excelente Obra! Continue!
Muito bonito e verdadeiro! Parabéns.
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