Ferino é o verso, em brisa se insinua,
Tocando a pele, acende um arrepio,
No corpo inteiro, um súbito arrepio,
Que aos poucos cresce e a alma perpetua.
Depois, penetra fundo e continua,
Rasgando as dores, mágoas e o frio,
Liberta o pranto, escorre como um rio
E lava o peito, a vida reatualua.
É líquido precioso, sensibilidade,
Guardado em nós, segredo tão profundo,
Que o verso traz à tona em liberdade.
Revigorado, o ser se faz fecundo,
E a alma, enfim, sorri em claridade,
Por ter no verso o seu refúgio ao mundo.
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