terça-feira, 17 de junho de 2025

Poema do Instrumento


Deus age em nós, por mãos imperfeitas,
Através de pessoas, não de anjos,
Nem sempre luz, às vezes sombras feitas,
Mas sempre amor, em gestos e arranjos.

Não importa a fraqueza, o erro ou queda,
Há um sopro divino em cada ato,
E o que parece ruína, é semente,
Que germina em silêncio, exato.

De quem, caindo, ergue almas desfeitas.
Já fui, nas minhas quedas, instrumento,
Por um instante, perfeito em Seu querer;
Mesmo em fraqueza, nasce o fundamento

De ser auxílio, de aprender a ser.
Não pede Deus que sejamos sem falha,
Mas usa o pouco, o erro, a tempestade.
E quando a dor, em nós, tudo avacalha,

Já me senti instrumento nas mãos d’Ele,
Num instante de graça, breve e intenso,
Ajudando alguém, sentindo-me inteiro,

Perfeito, apesar do ser imenso.
Deus age em nossas quedas, em cada luta,
E sempre nos levanta,
a cada escuta.

Ele envia alguém, pura bondade,
Para que a vida, em graça, se retalha
E a gratidão floresça em liberdade

Deus age em nós de modo tão sutil,
Por mãos humanas, frágeis, imperfeitas.
Às vezes, tropeçamos no ardil.


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