No palco mudo a dança se inicia,
Cessa o discurso, o gesto se faz rei.
No olhar, faróis de pura alegria,
O corpo fala o que a boca calei.
No compasso, o medo se desfaz inteiro,
E o sim e o não se encontram, sem temor.
No outro busco o sentido verdadeiro,
Do desencontro nasce o nosso amor.
A música termina, mas persisto:
Silêncio pleno, voo sem prisão,
Pássaro livre, em céu de puro visto.
E ao tocar o chão, não há mais queda,
Pois quem dançou se fez, por si, canção—
No peito leve, a vida se enreda
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