Se a voz dissesse
o segredo do querer:
Ser silêncio,
olhar aberto,
alma livre,
perdão em voo,
não grades,
não véus.
Porta entreaberta —
o mundo à espera
do passo,
do gesto
que não fere,
mas acolhe.
Se a voz confessasse
o gesto do fazer:
Sorriso que esconde,
palavra que finge,
mão que fere,
olhar que toma.
Ventre do mundo —
onde tudo germina:
o que nasce,
o que cresce,
o que se vende
por um instante
de ternura.
E o preço?
O preço é sempre
o mesmo:
um amor inteiro,
um corpo entregue
ao risco de ser
e de sentir.
No silêncio,
no ventre,
na porta aberta,
a voz se faz
nascimento:
puro,
infinito,
amor.
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