terça-feira, 17 de junho de 2025

Soneto do Inverno Interior

 

Na aurora, o sol se veste de dourado,
No meio-dia, rubro, intenso, ardente,
No fim do dia, amarelo, desbotado,
O inverno surge, silente e paciente.


O coração da terra bate mais lento,
Sementes repousam, sonham profundo,
Eu me recolho, em íntimo intento,
Busco em mim o segredo deste mundo.


Quando chegar a primavera, almejo
Ser flor no auge, perfume, luz, fulgor,
Mas hoje sou esquilo, escondo o desejo,

Guardo-me em mim, protegido do frio exterior.

No céu, estrelas brilham sem barreira,
Eu, ensimesmado, sigo a minha fronteira.



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