terça-feira, 17 de junho de 2025

Soneto do Amor Estranho

 

Estranha força, o mar de quem ama,

Tão vasto, calmo, fundo e sem fim,
Nada mais forte ou belo se reclama
Que a luz da pessoa amada assim.

Estranho o coração, que em surdo alarde,
Ao ritmo do sorriso bate em vão,
E, mesmo em multidão, jamais se tarda
Em querer só a voz do coração.

Estranha a presença, solitária,
Ainda que cercada de mil vozes,
Só sente calma quando o olhar varre
O céu do rosto que a emoção conduz.

Estranha a vontade que, em segredo,
Tem por único pensamento: o teu desejo.

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