sexta-feira, 6 de junho de 2025

O mar e eu


No horizonte, onde o azul se desfaz,
o homem se vê, espelho de água e céu,
e no silêncio que o mar traz
o coração se faz tão seu.


Entre as ondas, memória e desejo,
o barco navega, sem pressa, sem lei,
leva no casco o segredo, o ensejo
de quem busca o que nunca encontrei.


O mar, ora abrigo, ora abismo,
guarda em si o mistério do abraço,
e o homem, perdido no ritmo,
descobre-se inteiro no espaço.


No tempo do sonho, o vento é promessa,
no tempo do triste, é ausência e partida.
Mas quando o amor se atravessa,
o mar e o homem se tornam vida.


Assim, no encontro das águas e do ser,
o infinito se dobra em poesia:

o homem aprende a renascer
a cada novo dia.

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