No limiar do dia, sou silêncio e alvorada,
buscando na essência um sentido a nascer.
Invento o saber — miragem delicada —
e cresço na dúvida, aprendendo a crer.
Com as mãos do horizonte, risco a estrada
onde o ser se revela, sem medo de se perder:
sou indivisível, mas me sinto espalhado
no infinito que insiste em me conter.
Pessa completa, quase plena, falta-me o querer,
um leve impulso, um gesto de partida,
para abraçar o amor, sem mais temer
o paradoxo de ser — metade dividida,
metade inteira, desejando compreender
que amar é, enfim, a razão da vida.
Um comentário:
Que profundo tio!
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