A vida é breve, o tempo é rei,
Cada escolha, um passo que dei.
No palco incerto, tudo se encerra,
E o coração guarda o que a alma erra.
Nas linhas tortas do destino,
Escrevo os versos que me guiam.
O tempo corre, tão repentino,
E as escolhas nunca se desfiam.
A cada passo, há um mistério,
Um eco antigo que me chama.
De erros feitos, nasce o império
Que molda a vida e inflama a chama.
Sentença dada pelo instante,
Que não recua nem perdoa.
Mas no silêncio mais distante,
A alma canta e se renova à toa.
Se breve é a vida, que seja intensa,
Que o coração não tema errar.
Pois mesmo a dor traz recompensa:
Aprender a amar e recomeçar.
Voar no papel, em linhas traçadas,
Sonhos contidos, asas caladas.
No céu da escrita, busco liberdade,
Rabisco esperanças, desenho saudade.
Sou ave que canta em folhas vazias,
Ecoando versos de melancolia.
Ah, se pudesse romper o destino,
Trocar tinta e papel por céu cristalino!
Mas sou prisioneiro de um voo inventado,
Pássaro de letras, jamais alado.
Ainda assim, no silêncio da mão,
Crio mundos que tocam o coração.
E mesmo que a pena não me liberte,
Sou livre na arte que me diverte.
Sentença cruel, mas cheia de beleza:
Ser pássaro eterno na minha tristeza...
Caminho da Alma.