terça-feira, 26 de agosto de 2008

Vestimentas simbólicas

A vida em sociedade cria a prisão a conceitos e o mais errado dos conceitos que vigoram é que somos livres. O meu saudoso professor de geografia no 2º Grau, Paulo Miranda nos brindou com o questionamento desta liberdade com a simples pergunta: vocês são livres? à qual todos dissemos: sim! e ele retrucou, não, não são! Quando vocês se levantaram hoje para vir à aula escolheram a roupa que iriam usar, não, tinham que usar o uniforme, eu que sou professor escolhi a roupa que iria usar, não, porque eu teria escolhido uma bermuda branca de bolinhas pretas e camisa amarela, (todos rimos a gargalhadas ele era negro, alto e muito gordo), e concluiu: mesmo quando achamos que decidimos quem decide é a criação que tivemos, as influências que sofremos, o meio que vivemos e o modo de vida que almejamos. Tudo isto é apenas preâmbulo para tecer comentários sobre a vestimenta que é uma das prisões da convivência em sociedade, e ao contrário do que muitos pensam é uma prisão facilitadora das relações humanas, como você indica aos outros como quer ser visto, reconhecido? Como alguém despojado ou elegante, jovial ou sério, profissional ou amador? Muitos dirão: existem os que enganam os outros usando roupas que não condizem com sua verdadeira condição naquele momento, aos quais responderei, existem os que enganam com palavras, com atos e com omissões, e isto não faz com que mudemos o vocabulário, fiquemos parados ou sejamos participantes. Portanto entendam a vestimenta é, das prisões sociais, a mais democrática, pois permite que eu possa vestir do que eu quero ser e me ajudar a ser, permite que eu me aproxime das pessoas que admiro e respeito, e que faça a minha parte no todo, sempre respeitando os outros é claro, pois quem não respeita os outros é que está errado e não a vestimenta que ele temporariamente usa.

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