quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

POEMA (DA SILVA)

A caçamba bamba
corre o trilho
balança, balança...

A caçamba cheia de gente,
querendo:

O pão (francês)
O leite (magro)
As verduras (com as pragas)
As frutas (com carbureto)

O direito de viver:
limpo
sob um teto
tendo uma mesa
com uma toalha (não precisa ser bonita)

Vitória!

O escravo do tempo fugiu,
veio à caçamba,
falou de justiça,
lutou por união e a conseguiu.

E ele tem um nome comum, simples:

José da Silva,
João da Silva,
POLEGAR da Silva,
Luiz Inácio da Silva
(também cidadão brasileiro).

E assim como convosco, Senhor,
já querem acabar com ele.

Porque a fábrica não pode parar,
o empresário tem que viajar,
prá Frankfurt, Paris, Londres,
fumar cigarros finos e bonitos e
tomar Whisky importado.

Então eu me lembro do Sócrates,
não o filósofo, o macaco do Planeta dos Homens:
"Não precisa explicar, eu só queria entender."

Senhor, faça este ditado dar certo:

Nem tudo que balança, cai

e muito obrigado
de coração.

PS. Este poema eu fiz em 1979 quando um sindicalista fez a primeira greve durante o regime de exceção que nos massacrou durante 30 anos. No blog
http://poemasevida.zip.net tratarei mais dos detalhes daquela época.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Romero;lí hoje o POEMA DA SILVA e gostei muito.Continua atual.Meu abraço!Ruth