sábado, 22 de outubro de 2011

Propósito

Quem sou eu?

A soma de tudo que a genética trouxe?

A soma de tudo que a experiência gerou?

A soma das duas coisas?

Ou o que batalho contra as duas coisas para ser?

Eu sou o que quero ser!
Este é o propósito de todas as minhas ações.

E quem eu quero ser?

Eu quero ser alguém que faz sua parte para modificar o mundo.

Por que querer modificar o mundo?

Porque sou inconformado com o
que sou só na genética
e só nas experiências,
almejo mais e melhor de mim.

Isto é possível?

Sim.

Em um propósito com Deus.

sábado, 1 de outubro de 2011

Exílio

Exilado em mim,
náufrago em meu
próprio oceano,
encontrei a ilha que sou.

Microponto em
um macro-universo.

Quem sou?

Às vezes nos unimos
à outras ilhas e
formamos arquipélagos,
mas, nunca haverá entre
as ilhas distância tão próxima
que forme continente e nem
haverá distância tão
longínqua como entre planetas.

Microponto em
um macro-universo.

Onde vou?

E você, ilha dos
meus sonhos e devaneios,
o que deves esperar de mim,
se tenho águas tão profundas
ao meu redor e ainda não
consegui desvendar-lhes os segredos?

E o que devo esperar de ti,
se não consigo avistar-te a olho nu?

Macroponto em
um universo
infinitamente micro.

O que sou?

Uma ilha?

Não represe o rio

(Não retenha o rio)

BARRY STEVENS
Copidesque

O rio corre sozinho, vai seguindo seu caminho.

Não necessita ser empurrado.

Acalma um pouquinho no remanso.

Apressa-se nas cachoeiras.

Desliza de mansinho nas baixadas.

Precipita-se nas cascatas.

Mas, no meio de tudo isso vai seguindo seu caminho.

Sabe que há um ponto de chegada.

Sabe que seu destino é para a frente.

O rio não sabe recuar.

Por isso não se deve tentar retê-lo.

Seu caminho é seguir em frente.

É vitorioso, abraçando outros rios, vai chegando no mar.

O mar é sua realização.

É chegar ao ponto final.

É ter feito a caminhada.

É ter realizado totalmente seu destino.

A vida da gente deve ser levada do jeito do rio.

Deixar que corra como deve correr.

Sem apressar e principalmente sem represar.

Sem ter medo da calmaria e
nem evitar as cachoeiras.

Correr do jeito do rio, na liberdade do leito da vida,
sabendo que há um ponto de chegada.

A vida é como o rio.

Por que represar?

Por que parar quando o mar é a sua realização?

Por que emperrar a vida?

Por que parar depois de se partir?

Toda natureza tem seu ritmo, ora lento, ora rápido,
mas, sempre para frente.

Vai seguindo seu caminho.

Assim também é a árvore, assim são os animais.

Tudo o que é apressado perde o gosto e o sentido, mas
tudo que é retido perece...

A fruta forçada a amadurecer antes do tempo perde o gosto, mas
a que fica mais tempo do que deve no pé apodrece e 
não cumpre seu papel. 

Tudo tem seu ritmo.

Tudo tem seu tempo.

E então, por que apressar ou represar a vida da gente?

Desejo ser um rio.

Livre dos empurrões e
dos empecilhos dos outros e dos meus próprios.

Livre da poluição e das barreiras alheias e das minhas.
Rio original, limpo e livre.

Rio que escolheu seu próprio caminho.

Rio que sabe que tem um ponto de chegada.

Sabe que o tempo não interessa, mas
precisa ser vivido,
o ontem não importa mais,
o futuro não existe a não ser no coração de
Deus que nos deu 24 horas novinhas de presente, o
hoje, para que façamos muito pelo amanhã.

Não interessa ter nascido a mil ou
a um quilômetro do mar.

Importante é chegar ao mar.

Importante é dizer "cheguei".

E porque cheguei, estou realizado.

A gente deveria dizer: não apresse e
não represe o rio, ele anda sozinho.

Assim deve-se dizer a si mesmo e aos outros:
não apresse e não impeça a vida,
ela anda sozinha.

Deixe-a seguir seu caminho normal.

Interessa saber que há um ponto de chegada e
saber que se vai chegar lá, se você deixar
ela viver suas calmarias e cachoeiras.