sábado, 28 de junho de 2008

O INVERNO

Na aurora, o sol
Vestia-se de dourado.

No meio-dia
De vermelho.

No por do sol
De amarelo pálido
Era a presença
Do inverno a
Mostrar-se

No coração da natureza
As batidas tornam-se menos
Intensas.
As sementes descansam mansamente.

Eu, no meu inverno,
Me encontro ensimesmado
Com a progressão do meu ser.

Ao chegar na primavera quero
Estar no auge como as flores,
Mas hoje só posso acautelar-me
Como o esquilo a esconder-se e proteger-se da neve.

No céu noturno
As estrelas mais longínquas
Não encontram
Perante nossos olhos
Obstáculos para brilhar.

Eu novamente
me busco
Ensimesmado...

Coberto de neblina,
O carro prossegue célebre na estrada
Em busca do nada, para tudo encontrar.

Eu, simplesmente, me susto
Ensimesmado.

TERRA

Terra
Lugar nobre
Sonho bendito
Escrito com granito
Nas páginas do coração.

Terra
Planeta vésper
Da nossa existência.
Dono da essência.
Expectador da nossa carência
De paz.

Terra
Grito sobre-humano
Transpira liberdade.

E eu sou parte desta terra
Deste momento
Tempo do infinito
Passagem de tempo
Certo
Incerto
Só momento
Medida do triste – alegre
Do alegre – triste
É tempo
Momento
Homem
Sol
Grito
Mar
Liberdade

Terra.

sábado, 21 de junho de 2008

Gnomo

Quinze centímetros de nós é Gnomo
e passamos a vida sem saber.

Quinze centímetros apenas,
apenas quinze centímetros.

Mas capazes de remover as nossas teias,
de mudar nossos sonhos,
de modificar nossas vidas,
e passamos a vida sem saber.

Quinze centímetros de sonhos, fadas, lendas...

Por quê passarmos a vida sem saber?

Já que abolimos a verdade
desdenhamos a sinceridade,

desrespeitamos a honestidade,
abandonamos a seriedade,
agredimos a humanidade.

Por quê passarmos a vida sem compreender?

Quinze centímetros apenas,
apenas quinze centímetros

Em um cantinho de nós.

Gnomo, nômade, amante
dos sonhos, das fadas, das lendas.

Pedacinho de nós.

Não nos deixe passar a vida sem saber!