quarta-feira, 23 de abril de 2008

FLÁVIO MOTA

Flávio Mota, irmão de um sócio merecedor da mais alta estima e consideração: Geraldo Mota, nos premiou com estes versos que são indescritíveis e falam por sí. Vejam:
S E N T E N Ç A
A vida
me condena:
- Serás pássaro
somente em bico de pena!

sábado, 12 de abril de 2008

Mais uma pérola maravilhosa:

Até Pensei

Chico Buarque

I
Junto à minha rua havia um bosque
Que um muro alto proibia
Lá todo balão caia, toda maçã nascia
E o dono do bosque nem via
Do lado de lá tanta aventura
E eu a espreitar na noite escura
A dedilhar essa modinha
A felicidade morava tão vizinha
Que, de tolo, até pensei que fosse minha

II

Junto a mim morava a minha amada
Com olhos claros como o dia
Lá o meu olhar vivia
De sonho e fantasia
E a dona dos olhos nem via
Do lado de lá tanta ventura
E eu a esperar pela ternura
Que a enganar nunca me vinha
Eu andava pobre, tão pobre de carinho
Que, de tolo, até pensei que fosses minha
(Int.)
Toda a dor da vida me ensinou essa modinha
Que, de tolo, até pensei que fosse minha...

terça-feira, 8 de abril de 2008

Poema introdutório


Fiz este poema em Janeiro de 1983,
exclusivamente para ser a introdução
do meu primeiro livro: NÓS, cujo
poema-título está também publicado
aqui no blog.

Ando em busca de senso,
De significativo,
De realização.

Fiz este rascunho
De minh’alma
Transparente de calma
Como vulcão
Prestes a explodir

Temos sempre em mãos
Perguntas sem respostas
Questões ainda não propostas
Pelo sonho dos demais
Que conosco convivem
Dividem
Este universo
Incerto.

Nascido?
Sem se saber de onde...

Indo?
Sim, para longe.
Infinito... paralelo...
Eqüidistante do fim.