terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Papel em branco

 

Papel em branco,

Universo latente,


Preenche-lo: passo


Para transformá-lo,


Em universo vivente.



Papel em branco,


Espaço carente,


De sonho e ilusão.


Papel em branco,


Palco de grandes


Amores e tragédias,


Grandes sátiras e


Críticas, poesias


Únicas e épicas.


Papel em branco,


Santuário de exaltação


Do amor.


Papel em branco,


Vida.



Papel em branco,


Espaço, palco, santuário


Vida, onde criar e


Recriar o tema da vida:


O amor.


segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

CARPE DIEM

Em uma discussão qualquer procure sempre analisar de fora
e dar razão ao melhor resultado.

Negociar nem sempre é vencer, às vezes é perder menos...

Ceder é só para os fortes.

Os fracos sempre têm necessidade de provar que são fortes.

A vida não se demora com as coisas passadas...


CARPE DIEM.

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Final de Setembro se dois mil e vinte três




Sessenta nove anos, Cento e vinte, dezesseis horas vinte e hum minutos e quarenta e sete segundos, do tempo do nosso Senhor que seguimos.

Felizmente, vivo.

Tenho pensado muito sobre os motivos de desafios e vales de sombras que acontecem e não encontro uma explicação, mas continuo crendo que a vontade de Deus e os seus propósitos, que são bons, agradáveis e perfeitos se cumprirão em mim.

Tem uma oração católica, minha origem de criação, que agradece dons que temos e outros não e l
embro-me de ficar quase que revoltado ao ouvi-la,  como podemos agradecer "pelos olhos que veem, quando há tantos sem luz", e por aí vai.

Como um cego, por exemplo, se sente ao ver e ouvir alguém fazer em voz alta esta oração??? Filho de Deus? Claro que não.

No entanto, hoje em relação às dificuldades materiais que todos estamos enfrentando, vejo que ainda posso me sentir nos braços do pai nas mínimas coisas.

Realmente existem tantos realmente desamparados necessitando do maior bem do ser humano a esperança.

Portanto, vamos arregaçar as mangas e crer que porta que Deus fecha é para o nosso bem porque a que Ele abre ninguém fecha.

Hoje sou Batista tradicional, após ter sido presbiteriano e faço votos que o Espirito Santo de Deus nos console, que os anjos de Deus nos guardem e que tenhamos perseverança na fé em Jesus, nosso Senhor e Salvador, crucificado e RESSURRETO, que nos lava e leva até ao pai.



Amém. 

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Uma prece

 Ainda sou vulnerável

Ao amor.


Maravilhosa a descoberta,

O mundo me vendou

Os olhos do corpo com suas

Promessas falazes, não me

Cegou os olhos do coração.


Sou vulnerável ao amor.


Sou humano, não robot,

Fui criado para construir,

Não destruir.

Devo fazer

Os outros crescerem comigo

Não rebaixá-los para sobressair,


Deus,

Ajude-nos

A despertar deste marasmo,

Desta convulsão,

Confusa de dor,

De ver nossa vida

Transformada em desamor,

E nossos sonhos despedaçados

Qual raios de sol ao cortar o orvalho,


E seremos, todos, vulneráveis ao

Amor

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Vento e vida

 



Eu amo a vida

Luta inigualável

Em busca de algo

E de alguém.


Eu amo a vida

Cheia de cores

Coberta de flores

Todos os matizes

Do amor divino.


Eu amo o vento

Sinônimo de busca

E de encontro.


Eu amo a vida do vento

Monstrando-nos incessantemente

Luta e trabalho

Ao transportar as nuvens

Para o lugar certo

De solo infértil

De ar impuro.


Eu amo, enfim, o vento da vida.

Música no coração alado

De quem busca algo e alguém.

Romero Bittar



quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Nós e Vós

 


quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Oração da Alegria

Como é bom ser alegre, 

obrigado Pai,

foi teu dom.

Como é maravilhoso, Senhor,

ter a alma em paz,

razão de ser de toda alegria.

Que nos dias ensolarados e 

nas noites entreabertas, 

um sorriso sincero indique

a alegria sempre em mim.

Sorria eu, Pai, para o meu

irmão que passa preocupado,

desanimado e oprimido;

Sorria eu, Pai, na criança inocente

que de mim espera algo de TI.

Sorria eu em qualquer tempo, 

em qualquer circunstância,

em qualquer ambiente,

em qualquer lugar, 

para aprender como teu salmista 

a servir o Senhor na alegria.

Sorria eu, Pai,

ainda que eu não saiba sorrir, 

pois é bem verdade

mais triste que um sorriso triste

é a imensa tristeza de não saber sorrir. 


sexta-feira, 15 de julho de 2022

O Brasil que queremos

 

O que vai acontecer com a vitória de Bolsonaro em 2022?

 

Antes de morrer, o escritor e filósofo Olavo de Carvalho fez uma análise das conseqüências de uma possível reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

 

Acompanhe abaixo na íntegra.

 

O que cai com a ascensão e reeleição de Bolsonaro:

 

1) Cai: Todo o esquema de poder construído pelo PT e seus associados ao longo de cinqüenta anos.

 

2) Cai: O centro motor e FINANCIADOR de todo o movimento comunista latino-americano. Portanto, cai também o Foro de S. Paulo com as duzentas organizações que o compõem.

 

3) Caem: Os planos internacionais de eliminação da soberania nacional brasileira, e de subjugação do país ao esquema globalista.

 

4) Caem: Milhares de carreiras e biografias de políticos, intelectuais e artistas de esquerda que viveram por anos usufruindo do dinheiro público.

 

5) Cai: Todo o poder impune do narcotráfico e do crime organizado em geral, que tomou conta do Brasil, e hoje deixa a sociedade trabalhadora e honesta, acuada e refém nas mãos desses marginais.

 

6) Caem: Todas as grandes empresas da mídia de esquerda, financiadas com o dinheiro público.

 

7) Cai: Toda a constelação de prestígios do show business de esquerda, que acostumaram a viver como milionários usufruindo do dinheiro público.

 

8) Cai: Todo o sistema de poder, instalado nas universidades federais, e no sistema de ensino em geral.

 

A queda de tudo isso é imediata e automática no mesmo dia da posse de Bolsonaro.

Ademais, o famoso “Gigante Adormecido”, o povo brasileiro acordou, e não há cansaço capaz de fazê-lo voltar a dormir. É um novo poder soberano, decidido a subjugar ou anular todos os outros.

 

Por tudo isso, é óbvio, é patente e inegável, que os representantes do atual esquema de poder não podem aceitar uma derrota de maneira alguma em 2022, porque não será só uma derrota, será a total DESTRUIÇÃO deles, enquanto grupos, enquanto organizações e até enquanto indivíduos.

 

Eles não estão lutando pelo poder, nem apenas para vencer uma eleição, estão lutando pela sua sobrevivência política, social, econômica e até física.

É inconcebível que, nessas condições, nós que somos patriotas, que respeitamos e amamos a Deus, que temos amor pelo nosso povo e nosso país, não lutemos com a fúria de milhares de leões feridos, pelo descaso de anos dessa esquerda no poder, apelando a todos os recursos lícitos e ilícitos, morais e imorais, para obter não só a vitória a todo preço, mas, se possível, a redução do povo à total inermidade.

Que o povo patriota, lute e ajude a abrir a mente de alguns brasileiros, que ainda estão alienados e iludidos com a esquerda, pra que unidos possamos salvar nosso país, das garras demoníacas dessa gente!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

quinta-feira, 2 de setembro de 2021

Colóquio com Deus

 

São 4,27 minutos do dia 7 de julho de 2021. 


O TERMÔMETRO acusa que a temperatura está em 10 graus e 

isto  me lembra que esta temperatura era normal na década de 1960,

há muito tempo que isso não ocorria. 


Não importa a que horas do dia e até mesmo em que dia 

que você esteja tendo acesso a este texto, pois, 

gostaria que você se perguntasse:


já deixei Deus tocar o meu coração hoje?

 

Abri o meu coração para Deus hoje?


Eu já busquei na memória aquele livramento 

que reconheço que não tem como ter sido normal e 

sim uma manifestação sobrenatural d'Ele?


Sim, um que reconheço, porque sei que dezenas de 

outros livramentos aconteceram mesmo não tendo 

o reconhecimento disto. 


Já coloquei no meu smartphone, no meu rádio, na minha tv 

aquele louvor que me arrepia, quebranta meu coração?


E se o fez, faça de novo e se não o fez, faça agora... 


É, agora.


Fiz um poema, que transformei em música, 

onde falo sobre a melhor  propriedade do tempo: 

“existe um momento inestimável, entre o antes e o depois, por isso, não corra tanto este instante, é o amor”.


Entregue-se ao nosso Senhor e Salvador, Jesus e 

viva uma vida de plena graça em meio aos percalços do mundo. 


Romero Bittar

domingo, 8 de agosto de 2021

Pai


O pai meu, O pai seu, O Pai Nosso.

Todos os pais!

Os que estão no Céu, Os pais da Terra, Os de Paz, os de Guerra. O pai que assumiu O pai que sumiu. O pai que voltou O pai que você nunca víu. O pai que é cego e o que vê demais.

O pai que é mãe, a mãe que é pai. O pai que lê jornal, o pai que não lê nada. O pai brigão e o pai que conta piada. O pai que a gente ajuda o pai que dá mesada. O pai elegante e o pai de camisa cavada. O pai viajante, o pai que não sai. Em nome do seu, Do meu. de todos, pois...Tem pai que ama, Tem pai que esquece do amor. Tem pai que adota, Tem pai que abandona, Tem pai que não sabe que é pai.

Tem filho que não sabe do pai. Tem pai que dá amor. Tem pai que dá presente, Tem pai por amor, Tem pai por acaso, Tem pai que se preocupa com os problemas do filho, Tem pai que não sabe dos problemas do filho... Tem paí que ensina, Tem pai que não tem tempo, Tem pai que sofre com o sofrimento do filho, Tem pai que deixa o filho esquecido. Tem paí de todo jeito Tem pai que encaminha o filho, Tem pai que o deixa no caminho, Tem pai que assume, Tem pai que rejeita, Tem pai que acaricia, Tem pai que não sabe onde está o filho que precisa de carinho. Tem pai que afaga, Tem pai que só pensa em negócios. Tem pai de todo jeito. E você?

Que tipo de pai você é? 

Seja apenas um pai que esteja consciente do amor que tem para dividir... 

Seja um pai que seja mais que AMIGO!

A todos os País, um carinhoso abraço! E que Deus continue abençoando-os em sua missão!!


quinta-feira, 26 de março de 2020

Falta um líder U R G E N T E


Precisamos de um trator Ford
Oh! Desculpem-me, de um líder
 - Liberal, para colher melhor o fruto de todas árvores.
 - Inteligente, para saber seleciona-los
 - Decidido, excluindo más colheitas colhendo as melhores.
 - Esperto, para não se lambuzar em qualquer melado
 - Responsável, para valorizar a confiança dos liderados.

É importante que tenha passado
Pelo gladiador, não por contusão,
Por preparação.

É importante usar linguagem
Popular, e conhecer as artimanhas da
Erudita.

É importante saber-se humano,
E cercar-se de quantos líderes
Puder conquistar.

É importante ter em mente
Grandes sonhos, e sapatos de
Chumbo para à gravidade ajudar.

É importante conhecer de 
Confúcio a José da Silva, de 
César a João Ninguém.

É importante que ame nosso povo
Não só a pátria, e...
Que venha de trem
                                    Romero Bittar - 1979

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Sons e sementes


Somos sons 🎶 e as palavras são sementes🌱

Pronunciar Sinto muito devolve a unidade perdida. O som é assimilado por seus ouvidos e viaja pela tua pele, que é o órgão mais extenso do teu organismo. A expressão te conecta e te faz sensível frente às vivências dos demais, te desapega dos resultados e te converte em uma unidade.

O som das palavras "Perdão", "Perdoa-me", faz eco em teu pâncreas e em teu cólon, desatando laços e liberando histórias

E se pudesses ver o que mobiliza no teu corpo um eu te agradeço, sou grato/grata, obrigado / obrigada; sorririas junto as tuas células, preenchendo suas veias, limpando seu interior e convertendo teu sangue em luz em esse ato desprendido e sincero de quem te devolve gratidão.

Te amo, amo você, você é amado/amada, você é muito importante para mim são os sons mais curadores do Universo... essas minúsculas frases cobrem teu corpo e viajam através dos teus pulmões, desobstruindo tua respiração... elas atingem teus rins e transmutam os medos, fazendo com que milhões de células sorridentes deem energia às células tristes do teu sistema imunológico. E também permitem que algumas outras, que nasceram com a arte da jardinagem, semeiem relva suave, fresca e verde ao redor das zonas mais áridas do teu corpo. Em síntese: elas renovam a tua esperança.

Se pudesses ver o que provocam as palavras, em ti e nos demais, começarias a observar teus pensamentos, teus silêncios, teus sons e teus ruídos, porque neste oceano de energia que somos, cada onda que emitimos cria ondas de diversas cores e intensidades, que influenciam os demais.

Sinto muitoPerdoa-me AgradeçoAmo vocêVocê me importa

Estas devem ser palavras e expressões cotidianas em nosso vocabulário. Para o nosso próprio bem. E para o de todos. Todos os dias.

Tenha a coragem de viver e praticar o Amor. E não esconda isto: o Amor é cura-dor (e quem ama é um vence-dor 😉).

"O sentido da vida é conhecer e amar a Deus e ao outro."

(Autor desconhecido)

sexta-feira, 13 de abril de 2018

ARIDEZ




Árido é o momento de tua ausência,

deserto inerte, sementes secas.



Frutos dos meus olhos ressecam

ressentem-se das lágrimas esquecidas

no âmago da incerteza da sua volta.



Tu és o inexprimível oásis que anseio,

cujo jardim incomparável permeia

a felicidade plena...



carente de teu abraço, esmoreço,

premente de teu beijo, desfaleço...



Só o que me mantém vivo são

os doces favos e a suave lembrança

dos nossos inefáveis lagos de amor.

Quando o Sol




Ao beijo da noite
a flor se entrega
tão repentinamente
que o vaga-lume
desliga o lume
para não interromper.

Ao brilho das estrelas
a lua expõe a sua cálida
história repleta de cor.
 
Às carícias do vento,
as árvores se dão
plena e vigorosamente
na cadência do amor.

Sob os raios do sol
na natureza inteira
impera uma suave
e eterna força que
acalma os corações.

(Cópia infiel de “Abandono” de Luciah e belos comentários de Baruc)

O mar, eu e você




Um dia o homem encontrou-se com o mar.
                                              
O dia amanheceu.


O mar rebelde tornou-se manso e ao homem acolheu.
                                             
Eu e você.

Veio a maré alta
O barco partiu.

                                              O tempo do sonho.


O barco a vela sem leme, sem rumo.

                                             
O tempo do triste.


O vento do sul, o vento do norte,
A brisa do leste.

                                             O tempo do alegre.

A fronteira do tempo
No mar do infinito
Levou ao homem
A notícia do tudo.


                                             O tempo do amor.




quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Que é o Brasil?

Que é o Brasil?  –  … do livro infantil Cazuza (1938)

“De pé, junto à mesa, olhos fixos no Floriano, o professor João Câncio prosseguiu:
— Pergunta você que é o Brasil?  É tudo que temos feito em prol do progresso, da moral, da cultura, da liberdade e da fraternidade.  O Brasil não é o solo, o mar, o céu que tanto cantamos.  É a história, de que não fazemos caso nenhum.
O Brasil é obra de seus construtores, ou melhor, daqueles que o tiraram do nada selvagem e o fizeram terra civilizada.
É o trabalho dos jesuítas, de Nóbrega e de Anchieta, em plena floresta, transformando antropófagos em seres humanos.
O Brasil é a coragem dos defensores de seu solo.  É Estácio de Sá, é Mem de Sá, é Araribóia, repelindo os franceses do Rio de Janeiro, é Jerônimo de Albuquerque expelindo os franceses do Maranhão.  São os patriotas de Pernambuco, arrasando o domínio holandês do Norte.  São os cariocas lutando com Duclerc e Duguay-Trouin.
O Brasil é a obra dos bandeirantes:  Antônio Raposo, Fernão Dias Pais, Borba Gato, Bartolomeu Bueno, desbravando sertões à procura de ouro e de pedras preciosas.
O Brasil é o esforço da sua gente para tirar da terra os bens que a terra dá a quem trabalha.  É a cana-de-açúcar que, já no século do descobrimento, era uma das maiores riquezas do país.  É o esplendor das minas de ouro do século XVIII, que deixaram o mundo embasbacado.
É o café que engrandeceu São Paulo, Rio de Janeiro, Minas, Espírito Santo e que atualmente é a nossa maior riqueza.  É o algodão, a riqueza do Nordeste; o cacau, a riqueza da Bahia, e a borracha, a riqueza da Amazônia.
O Brasil é a sua indústria pastoril.  É a atividade dos paulistas  e dos baianos, espalhando boiadas pelo território nacional desde os primeiros dias da nossa história.
O Brasil é o trabalho obscuro dos negros nos campos de criação e lavoura, nas minas, nos trapiches e nas fábricas.
Pátria brasileira, meu meninos, continuou ardentemente, é tudo que se fez para que tivéssemos liberdade.  É a Inconfidência Mineira, com Tiradentes morrendo na forca.  É o martírio de Domingos José Martins e do Padre Roma, na revolução de 1817.  É o trabalho de José Bonifácio e de Joaquim Ledo, na Independência.  É o sacrifício de Frei Caneca e do padre Mororó, na Confederação do Equador.  É o verbo de Patrocínio e Nabuco, na Abolição.  É Silva Jardim, Benjamim Constant e Deodoro, realizando a República.
Pátria brasileira é a obra dos patriotas da Regência.  É a energia do padre Feijó, sufocando a desordem; é a espada de Caxias, impedindo que o país se desunisse.
O Brasil é a glória de seus grandes filhos.  É o gênio de Bartolomeu de Gusmão produzindo a Passarola. 
Em vez de exaltarmos os céus azuis, as montanhas verdes, os rios imensos, exaltemos os homens que realizaram as obras em favor da nossa indústria e do nosso comércio.  Exaltemos Mauá e Mariano Procópio, que construíram as nossas primeiras estradas de ferro; Barbacena, que fez navegar, nos nossos rios, o primeiro barco a vapor.
O Brasil são os seus grandes vultos nas ciências, nas letras e nas artes.  É Teixeira de Freitas.  É Rui Barbosa.  É Varnhagem.  É a veia poética de Gonçalves Dias e de Castro Alves.  O pincel de Pedro Américo e de Vítor Meireles.  A inspiração musical de Carlos Gomes.
Num país, a beleza da paisagem, o fulgor do céu, a extensão dos rios, as próprias minas de ouro, são quase nada ao lado da inteligência, da energia, do trabalho, das virtudes morais de seus filhos.
E, com a voz inflamada pelo entusiasmo, concluiu.
— É essa energia, esse trabalho, essa inteligência, essas virtudes morais, que a nossa bandeira representa“.

sábado, 29 de abril de 2017

Cantadores de Viola

Os  cantadores  que  se  iam  medir  aquela  noite,  eram  o  José
Firmino  e  o   Pedro  Jeju,  os  mais  festejados  daquela  beirada  de  rio.
Ninguém queria  perder uma palavra da luta que eles iam travar em versos.
O  João  Raimundo  bateu  palmas  no  meio  da  latada  impondo silêncio:
— Minha gente, vamos ouvir estes dois "turunas" (1)
Zoou no ar um quente repinicado de primas e bordões de violas.
Os dois cantadores sentaram-se frente a frente.
Versos  de  cá,  versos  de  lá,   a  cruzarem-se.  Um  improvisava
uma quadra ou uma sextilha ou uma oitava e o outro imediatamente  
respondia com uma oitava ou uma quadra ou uma sextilha.

No  começo,  cada  um  deles  disse,  em  versos,  quem  era,   como nascera,  de  onde  tinha  vindo.  
Cinco  minutos  depois,  começaram  a gabar-se de feitos  maravilhosos.

O Pedro Jeju, dedilhando  assanhadamente as cordas da viola, soltou a primeira gabolice (2):
(1) Turuna — valente, que tem fama em alguma habilidade.
(2) Gabolice — ato de elogiar-se a si próprio.

— José  Firmino  acredite,  
Não  gosto de  me gabar,
Mas quando pego a  viola,
Quando começo a  cantar,
Saem da cova os defuntos,
Os peixes saem do mar,
Os anjos descem do céu,
E tudo vem me escutar.

O José Firmino quase não deixou que o  companheiro acabasse o último verso,  e cantou de viola estendida no peito:

— Eu não tenho inveja disso,  
Sou valente, valentão,
Canguçu (1) é meu  cavalo,

Cascavel meu cinturão,
Eu engulo  brasa viva,
Pego corisco com a mão,  
Um empurrão do meu dedo
Bota dez morros no chão.
(1) Canguçu  — espécie de onça brasileira. 


O Pedro Jeju respondeu:

— Você pode ser valente,
Habilidoso não é.
Eu calço chinelo em cobra,
Boto  guizo em jacaré,  
Asso manteiga no espeto,  
Faço o tempo andar à ré,
Carrego água em peneira,
Dou beijos em busca-pé.

O povo aplaudia com palmas e gritos.

José Firmino olhou o  cantador de alto a baixo e improvisou:

— Isso tudo não é nada,
Não  me pode amedrontar:
Paro  o vento  quando quero,
Já fiz o sol esfriar,  
Bebo chumbo derretido,
Sem o chumbo me queimar,
Seguro as onças no mato,
Para meu filho mamar.

O outro acelerou os dedos nas cordas da viola e respondeu:

— Se eu for contar minhas artes
Não  acabo nunca mais;
Para  apagar os incêndios
Uso breu e aguarrás,  
Eu ponho luneta em pulga,  
E gravata em Satanás,
Eu faço gelo com brasa,
Coisa que você não faz,
Faço o carro andar na frente,
Faço  o boi andar atrás.

E  ergueu-se.  José  Firmino  ergueu-se também.  
Eram  ambos
fortes  no  desafio.  
Não haveria  vencido  nem  vencedor.  
Não  valia a pena teimar.

                       Viriato Correa